Sem dar espaço para surpresas — e não que houvesse muitos adversários à altura para isso —, Armand Duplantis confirmou um dos maiores favoritismos do atletismo em Paris-2024, e conquistou a medalha de ouro no salto com vara, repetindo o título de Tóquio-2020. Sem errar nenhum de seus saltos até garantir o pódio nesta segunda-feira, no Stade de France, o sueco sacramentou a conquista ao pular com sucesso para 6,10m. Dessa forma, estraçalhou o recorde olímpico, que pertencia ao brasileiro Thiago Braz, quando triunfou com 6,03m na Rio-2016. Mas não bastava só isso. Ao conseguir superar os 6,25 m na última tentativa do dia, bateu o recorde mundial, marca que pertencia a ele mesmo.
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A prata ficou com o americano Sam Kendricks, bronze na Rio-2016 e campeão mundial em 2017 e 2019, que falhou as três tentativas para os 6,00m, parando nos 5,95m. Já o bronze foi para o grego Emmanouil Karalis, que parou em 5,90m. Ele tentou uma vez para 5,95m, e duas nos 6,00m. No final das contas, o que valeu foi comemorar um lugar no pódio ao lado do maior fenômeno da História da modalidade, apenas aos 24 anos de idade.
“Mondo” chegou à França como uma das apostas mais fáceis para o ouro. Seu currículo tem agora dois títulos olímpicos (2020 e 2024), um pentacampeonato mundial (indoor, em 2022 e 2024, e outdoor, em 2019, 2022 e 2023), um tricampeonato europeu (2018, 2022 e 2024) e três vitórias na final da Liga Diamante (2021, 2022 e 2023).
— O que posso dizer? Acabei de quebrar um recorde mundial nas Olimpíadas, o maior palco possível para um saltador com vara. Meu maior sonho desde criança era quebrar o recorde mundial nas Olimpíadas, e consegui fazer isso na frente da torcida mais incrível para a qual já competi — disse o bicampeão olímpico.
O sueco já era o dono do recorde mundial, a marca de 6,24m, que foi batida por ele pela oitava vez — a mais recente havia sido no último dia 20 de abril, em etapa na China da Liga Diamante. A reta final da disputa de hoje foi um monólogo do europeu, com ele mesmo tentando se vencer em uma espécie de show particular.
Ao longo da prova, pulou com sucesso para 5,70m, 5,85m, 5,95m e 6,00m. Enquanto isso, viu os outros 11 adversários abandonando aos poucos qualquer chance de tirar seu ouro. Quando superou os 6,10m e fechou sua epopeia olímpica, o lugar mais alto do pódio já estava assegurado. Assim, pulou literalmente sozinho para 6,25m, um centímetro acima de seu antigo recorde. Após duas falhas, Duplantis passou o sarrafo e explodiu o estádio em festa.
— Eu não processei o quão fantástico foi aquele momento. É uma daquelas coisas que não parecem reais, uma experiência tão fora do corpo. Ainda é difícil se acalmar — revelou Duplantis.
O recorde atual é 11 centímetros a mais que o marcado por Sergey Bubka, que durou duas décadas — de 1994 a 2014, quando superado pelo francês Renaud Lavillenie, medalha de prata para Braz na Rio-2016.
Nascido nos Estados Unidos, Duplantis escolheu representar a Suécia em homenagem a sua mãe, uma ex-atleta de vôlei. Seu pai era justamente atleta do salto com vara, e ambos são seus treinadores.
