Em sessão nesta quinta-feira (14), o Congresso Nacional decidiu manter a maioria dos vetos que constavam da pauta. Um dos vetos mantidos foi o veto parcial à
O veto (
O Congresso também decidiu pela manutenção do veto parcial (
Saúde
Outro veto mantido foi o veto parcial (
Lula vetou um artigo que determinava que, na ausência de doador compatível, e caso constatado o falecimento de outros doadores, os hemocentros ou o Redome poderiam contatar irmãos de doadores falecidos para verificar se teriam interesse em se cadastrar, possibilitada a obtenção de seus nomes e dados cadastrais por requerimento.
O Ministério da Saúde alega que o poder de obtenção de dados pessoais de terceiros seria amplo e irrestrito nesses casos, o que contraria a proteção de dados prevista na Constituição. O órgão acrescenta que esses dados não são exigidos no cadastramento, como prevê a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei
Também foi mantido veto parcial (
O dispositivo vetado previa a redução das alíquotas dos tributos incidentes sobre filtro, protetor o bloqueador solar, ou até mesmo a isenção fiscal desses produtos. Consultado, o Ministério da Fazenda argumentou que o artigo é inconstitucional, pois de acordo com a Carta Magna qualquer isenção ou redução da base de cálculo tributária só pode ser concedida por meio de lei específica. O governo também alega que o artigo vetado fere o Código Tributário Nacional (
Fungetur
Deputados e senadores mantiveram o veto parcial (
O fundo financia projetos de investimentos, aquisição de bens para empreendimentos turísticos e capital de giro. O objetivo da norma é possibilitar a contratação de empréstimos internacionais e captação de recursos via emendas parlamentares, além de permitir o investimento em fundos de renda fixa e títulos públicos federais. Antes da lei, o fundo contava com recursos provenientes do Orçamento da União, de contribuições e doações de entidades nacionais e internacionais e de dividendos de participações acionárias do próprio Fungetur e da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), entre outras fontes.
Argumentando inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público, o Poder Executivo vetou, entre outros, os dispositivos que previam o uso do Fungetur para financiamento de planos diretores e expansão de infraestrutura turística, cobertura de risco em operações de empréstimo no setor e dispensa de comprovação de regularidade fiscal na contratação de crédito sob a vigência de estado de calamidade pública. Por exemplo, foi vetada a possibilidade de a Embratur receber recursos não utilizados pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Ensino integral
Foi mantido também o veto (
Após o veto, o cálculo do valor do fomento não deve considerar entre seus parâmetros os valores da Bolsa-Formação Estudante, como previa a versão final aprovada no Congresso. Segundo o governo, utilizar esses valores nos cálculos comprometeria a expansão das matrículas em educação integral na dimensão proposta, em contrariedade ao interesse público. A bolsa foi instituída pela
Também foi vetada a reutilização no ano seguinte de valores transferidos aos estados pela União que constem como saldo em 31 de dezembro. Segundo o governo, o trecho infringe as regras fiscais. De acordo com o que foi aprovado no Congresso, os valores oriundos da transferência obrigatória para escolas públicas de ensino médio de tempo integral que não fossem gastos seriam reprogramados para despesas do mesmo gênero no ano posterior. Mas a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF —
Já em vigor, o Programa Escola em Tempo Integral considera matrículas nessa modalidade aquelas em que o estudante permanece na escola ou em atividades escolares por tempo igual ou superior a sete horas diárias ou a 35 horas semanais em dois turnos. A lei tem origem no
O Congresso Nacional também manteve os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (
Os trechos retirados envolvem a destinação de R$ 4 bilhões para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o preenchimento de 500 cargos federais. O Planalto vetou um total de R$ 4,266 bilhões em dotações orçamentárias. A maioria desse valor (R$ 4,18 bi) iria para o FNDCT, para ações de fomento de pesquisa, contratos com organizações sociais e obras. O motivo do veto é um descumprimento da proporção entre operações reembolsáveis e não reembolsáveis, algo que é exigido pela legislação que regulamenta o fundo.
O veto parcial (VET
A lei também inclui entre os fundos destinatários dos recursos provenientes de multas o Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap), voltado à prevenção de desastres naturais. Para isso, a nova lei promoveu uma alteração na Lei
O governo, porém, vetou o percentual específico de 5% para o Funcap — valor que viria da parcela que cabe à União por multas ou acordos judiciais e extrajudiciais de reparação de danos socioambientais. Também foi vetado o item que destinava 5% dos recursos de acordos judiciais e extrajudiciais para os fundos estaduais e municipais de prevenção de risco de desastre.
No texto do veto, o governo diz reconhecer a boa intenção do Congresso. No entanto, o Executivo apontou vício de constitucionalidade, argumentando que esses dispositivos comprometeriam os objetivos a serem alcançados por meio dos acordos relacionados a infrações ambientais e que a vinculação de recursos de outro ente federativo viola a autonomia financeira dos entes, garantida na Constituição.
Os parlamentares também mantiveram o veto (VET
O trecho vetado obrigaria a União a assumir repasses para os municípios e para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) se os estados não fizerem isso. A justificativa foi a falta de previsão orçamentária e financeira.
Atletas e uniformes
Senadores e deputados também decidiram pela manutenção do VET
O veto parcial foi aplicado no PL
Também foi mantido o veto (VET
Na justificativa do veto, o Executivo alegou inconstitucionalidade e contrariedade ao interesse público, por entender que o texto aprovado desrespeitava as leis orçamentarias e as regras fiscais. O argumento do governo é de que o Congresso não indicou estimativa de impacto orçamentário e financeiro e as fontes de receita que poderiam bancar as novas despesas.
Tradução de Libras
O Congresso ainda decidiu pela manutenção do veto parcial (
O Poder Executivo vetou dispositivos que tratam do exame de proficiência em tradução e interpretação em Libras — Língua Portuguesa e das tarefas privativas de tradutores, intérpretes e guias-intérpretes com bacharelado em Tradução e Interpretação em Libras — Língua Portuguesa ou com diploma de cursos de extensão, de formação continuada ou de especialização.
Sobre esse ponto, o governo alega que o dispositivo pode abrir espaço para critérios diferentes para aferir competências ao atribuir às instituições de ensino superior que ofertem cursos de graduação em tradução e interpretação em Libras a prerrogativa de organizar e aplicar exames de proficiência em Libras, sem a exigência da devida regulação pelo poder público.
Também foi vetada a obrigatoriedade da atuação de profissionais de nível superior para toda e qualquer interação com pessoa surda nos anos finais do ensino médio ou em qualquer instituição de saúde. Segundo o Executivo, a medida limitaria o exercício da liberdade de expressão, pela forma como condiciona o acesso à atividade intelectual e artística das pessoas surdas a uma licença profissional diferenciada para quem vai transmitir a informação.
Rejeitados
O Congresso Nacional também decidiu pela rejeição de vários vetos. O destaque fica para a derrubada do veto à desoneração da folha de pagamento. Trata-se de uma espécie de incentivo fiscal destinado a 17 grandes setores da economia ao qual o governo se opôs integralmente. O texto foi aprovado pelo Senado em outubro e segue novamente para sanção. Também foi derrubado o veto do presidente Lula ao marco temporal das terras indígenas. Deputados e senadores ainda rejeitaram o veto parcial a 16 dispositivos da Lei do Marco Legal das Garantias, que possibilita que um mesmo bem possa ser usado como garantia em mais de um pedido de empréstimo. A matéria será encaminhada à promulgação.
Projetos
Além da análise de vetos, o Congresso aprovou uma série de projetos com liberação de crédito. O destaque é o Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 (
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)