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Mas, afinal, quanto está o dólar no Brasil? Internautas se surpreenderam hoje ao encontrar, em buscas no Google, cotações acima de R$ 6.
No entanto, o dólar comercial negociado no Brasil foi negociado, nesta manhã de quarta-feira, a no máximo R$ 5,8619. Depois, no fim da manhã, chegou a cair e foi negociado na mínima do dia a R$ 5,6647, para finalizar o dia em queda de 1,26%, aos R$ 5,6742. No início da tarde, o Google parou de apresentar, no seu resultado de buscas, a cotação da moeda americana como costuma fazer e como mostra a imagem acima.
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Pela manhã, no Google, quando o usuário clicava em “Fontes”, a plataforma informava uma lista de fornecedores de informações. Nesta tela, a empresa afirma que se exime de responsabilidade em orientações de investimentos e que os dados são fornecidos por Bolsas e outros provedores.
“Todos os dados e informações são fornecidos ‘no estado em que se encontram’ somente para fins informativos, e não para fins de negociação ou recomendação sobre investimentos, tributos, questões jurídicas, financeiras nem outros assuntos”.
O Google afirmou em nota que os recursos de busca, como o câmbio mostrado, são baseados em dados de terceiros e, em caso de imprecisões, as informações são removidas. A big tech afirmou ainda que trabalha com o provedor dos dados para ajustar as informações o mais breve possível.
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Procurada, a B3 afirmou que não tem relação com o assunto. A CVM afirmou que o Google não é uma empresa de capital aberto registrada no Brasil, logo, não possui gerência nem sobre a big tech nem em relação ao câmbio. Procurado, o Banco Central não respondeu a reportagem.
Nas redes sociais, internautas comentavam o número da cotação acima dos R$ 6. A cotação era o segundo assunto mais comentado na rede social X por volta do meio-dia.
O economista Luiz Persechini afirmou que “deram desculpa” de que se tratava da cotação para o dólar turismo, mas que também não se confirmou. A variação para quem vai viajar chegou a máxima de R$ 6,08, segundo o ValorPro, e encerrou o dia valendo R$ 5,90.
— O dólar subiu tanto que sumiu do Google — disse o youtuber Peter Jordan na rede social X. O mecanismo foi suprimido do site de buscas durante a tarde, após a inconsistência ficar por horas no ar.
O analista financeiro Rafael Zattar brincou, afirmando que “o estagiário” estava subindo o dólar um centavo por minuto:
Internautas chegaram a fazer a comparação com o serviço MSN, da Microsoft, e o do Google, durante o dia, mostrando a diferença entre os valores apresentados:
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou o dia em baixa de 0,24%, aos 130.341 pontos.
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Mas por que o dólar sobe com a vitória de Trump?
A promessa do agora presidente eleito Donald Trump de elevar tarifas comerciais contra todos os países, inclusive aliados, traz o temor de uma alta na inflação nos EUA — com importados mais caros, o preço dos produtos em geral tende a subir.
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Isso forçaria o banco central americano a elevar juros, levando investidores a aplicarem em dólar para ter ganhos financeiros, o que fortalece a moeda dos EUA.
—Trump pode implementar tarifas por meio de ordens executivas (ou seja, sem necessidade de passar pelo Congresso) — explicou Nicolas Forest, diretor de investimentos da Candriam.
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Para Clemens Fuest, presidente do instituto de pesquisa econômica Ifo da Alemanha, Trump já deu todos sinais de que seguirá uma agenda de maior restrição às importações.
— O comércio global como um todo pode ser prejudicado — resumiu Ulrich Leuchtmann, chefe de pesquisa de câmbio e commodities do Commerzbank.
O bitcoin também bateu recorde e, pela primeira vez, foi negociado acima de US$ 75 mil. Trump já prometeu uma desregulamentação total do mercado de criptoativos.
(com agências internacionais)