Após perder pontos decisivos, enrolar-se em confrontos quando tinha tudo nas mãos e passar o campeonato inteiro sem vencer o principal rival, a missão da Ponte Preta na Série B do Brasileiro é evitar um rebaixamento inédito para a Série C. Boa parte desse cenário tem que ser construído hoje, às 21h, contra o Paysandu, no estádio Moisés Lucarelli.
Ao atuar pela penúltima vez como mandante na competição, a Macaca sabe que viveu um enredo irregular, cheio de altos e baixos perante o seu torcedor. Sob o comando de João Brigatti, a equipe foi incapaz de passar pelo Santos, quando perdeu de 2 a 1, e o máximo que conseguiu em casa foi uma vitória por 3 a 0 diante do Amazonas, anteriormente considerado favorito à queda e que está com sua permanência garantida.
A contratação de Nelsinho Baptista no dia 29 de maio trouxe uma lufada de esperança, especialmente porque existia a presença do treinador que comandou o melhor time montado no período em que Marco Antonio Eberlin foi diretor de Futebol, quando a Macaca chegou às semifinais do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil. A aposta parecia certeira. A equipe mostrava boa produção no Majestoso e conquistou seis vitórias consecutivas, contra CRB, Novorizontino, Ceará, Mirassol, Vila Nova e Avaí. A série construída no Majestoso fez a equipe terminar o turno inicial com 26 pontos, na 9ª colocação, seis pontos atrás do 4˚ lugar, o Operário. Uma façanha em relação ao desempenho do ano passado, quando a Macaca passou as 38 rodadas sem entrar no grupo dos dez primeiros colocados.
Veio o segundo turno e tudo degringolou. A janela de transferências da Ponte Preta foi tímida. Foram contratados o armador Guilherme Portuga e o volante Hudson, ambos da Portuguesa, o lateral esquerdo Heitor Roca, que disputou a última Copa Paulista pelo São José, e o lateral direito Thomaz Luciano. Como justificativa para a postura de mercado, Nelsinho Baptista explicava nas entrevistas coletivas que não existiam opções melhores em comparação aos jogadores com os quais já trabalhava. A verdade é que, após a janela, a equipe degringolou em suas mãos e ao invés da continuidade da série invicta no Majestoso o que se viu foi tropeço atrás de tropeço, como o empate conseguido nos minutos derradeiros diante do Goiás e derrotas para Operário, Chapecoense e Ituano, que aplicou uma goleada por 4 a 1 na condição de visitante e gerou o cenário para o primeiro pedido de demissão de Nelsinho Baptista, que não foi aceito. Conquistar os três pontos em casa contra o Botafogo de Ribeirão Preto deu o fôlego necessário para encarar o Dérbi 208. Nem a presença de 16.672 pontepretanos foi suficiente para evitar o revés contra o principal oponente. O segundo pedido de saída de Nelsinho Baptista foi aceito e viabilizou a aparição da dupla Nenê Santana e Edson Boaro para a reta final. A decisão foi tomada em virtude das dificuldades de se encontrar um profissional que aceite a adaptação de condição salarial ao padrão orçamentário do clube.
Após vencer o Brusque por 2 a 0 e perder do Mirassol por 3 a 0, Nenê Santana sabe que não pode falhar. Para ajudá-lo nesta missão, jogadores devem voltar à delegação. O goleiro Pedro Rocha cumpriu suspensão imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva de quatro partidas e volta a ficar à disposição. O lateral direito Luis Felipe e o centroavante Gabriel Novaes estão liberados após cumprirem suspensão pelo terceiro cartão amarelo. Outro zagueiro apto a compor o grupo é Sérgio Raphael, apenas advertido nesta semana pelo STJD devido à expulsão contra a Chapecoense.
Uma dor de cabeça surgiu de última hora. O centroavante Jeh, que tinha cumprido suspensão de dois jogos pelo cartão vermelho recebido no Dérbi 208, voltou a sentir dores na coxa direita e será examinado pelo Departamento Médico para verificar se ele tem condições de jogar o confronto diante do Vila Nova, segunda-feira, dia 16 de novembro, longe de Campinas. Só existe uma certeza: independentemente de quem for escalado, a vitória não pode ser adiada.
No Paysandu, o técnico Márcio Fernandes ganhará reforços. Após cumprirem suspensão na derrota por 2 a 1 contra o Ceará, os volantes Matheus Trindade, Netinho e Val Soares e o meia Robinho podem retornar à equipe. Robinho, aliás, recebeu um voto de confiança do treinador. “Robinho é um jogador que eu conheço há muito tempo. Fui eu que levei o Robinho para o Santos, ele era do Mogi Mirim. Quando eu assumi o Santos como treinador principal, eu pedi a contratação do Robinho, do Pará, que estava no Santo André, do Luiz Flávio, que estava no Botafogo”, explicou o treinador, que comemorou a nova fase técnica do atleta. “É um jogador que eu conheço bem, sei das condições que ele tem, que pode nos ajudar. Tive uma conversa com ele e, graças a Deus, surtiu efeito, ele está rendendo muito. Um jogador que tem toda a nossa confiança”, completou.
FICHA DO JOGO PONTE PRETA X PAYSANDU PONTE PRETA: Pedro Rocha (Luan Ribeiro); Igor Inocêncio, Mateus Silva, Nilson Junior e Gabriel Risso; Emerson, Castro, Dodô e Elvis; Iago Dias e Gabriel Novaes (Renato). Técnico: Nenê Santana PAYSANDU: Matheus Nogueira; Edílson, Wanderson, Lucas Maia e Bryan Borges; Matheus Trindade, João Vieira (Netinho) e Robinho; Borasi, Nicolas e Paulinho Bóia. Técnico: Márcio Fernandes Juiz: Rodrigo Pereira Horário: 21 horas (dia 04/11/2024) Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas
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