Em 2024, as empresas do Paraná geraram mais de 128 mil novos postos de trabalho. O número representa um aumento de 46% em relação a 2023 e traz como protagonistas os pequenos negócios. Juntas, as micro e pequenas empresas respondem por cerca de 68% de todas as vagas geradas, com saldo de 87.738. As informações são de levantamento do Sebrae, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A médias e grandes geraram, no mesmo período, 40.798 no estado.
O Paraná teve o melhor desempenho entre os estados do Sul e o terceiro melhor do Brasil, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Os dados consolidam as micro e pequenas empresas na liderança da geração de emprego no Estado. Entre elas, o setor de Serviços foi o que teve mais destaque, com 40.962 novos postos, seguido do Comércio (19.232), da Indústria da Transformação (14.666) e da Construção (11.160).
As vagas em empresas de médio e grande porte do Paraná, no entanto, registraram um aumento significativo em 2024, saltando de 11.122 postos no ano anterior para 40.798 empregos gerados. Na Administração Pública, houve uma retração de 156 vagas.
“Vemos neste cenário uma constância que é a geração de vagas com carteira assinada pelas micro e pequenas empresas. Aqui no Paraná, temos um destaque para as pequenas do setor de serviços e também temos um aumento significativo de vagas geradas em médias e grandes”, analisa Vitor Roberto Tioqueta, diretor-superintendente do Sebrae/PR.
O aumento na geração de empregos se reflete em negócios de diferentes portes e setores. Rodrigo Mattos, empreendedor da área de soluções em engenharia em Curitiba, conta que a sua empresa realizou cinco contratações em 2024, para acompanhar o crescimento do negócio, que no ano passado registrou, entre outros dados, um aumento de 45% no volume de orçamentos.
“Durante o ano passado, percebemos que era necessário aumentar a nossa mão de obra, pois só assim conseguiríamos atender às nossas demandas. Devido a esse crescimento, em breve abriremos um processo seletivo para duas novas vagas”, revela Mattos.
A empresária Tânia Guimarães, de Guarapuava, na região Central do Estado, precisou ampliar a equipe em 2024 para acompanhar a expansão do negócio. A trajetória começou em 2022, quando decidiu abrir um brechó – uma aposta que se tornou fonte de renda e realização pessoal.
O pequeno espaço inicial logo ganhou visibilidade, impulsionando o crescimento da marca. Em 2023, a empresária fez a transição de Microempreendedora Individual (MEI) para Microempresa (ME) e investiu em um ponto comercial ainda mais estratégico. Com uma clientela fiel e o desejo de diversificação, Tânia planeja expandir o portfólio, incluindo peças de moda masculina e infantil. A mudança de endereço em 2024 exigiu a contratação de novos funcionários, e o crescimento continua.
“Agora, em 2025, já planejamos um novo recrutamento, com a previsão de contratação de temporários para atender à alta demanda de fim de ano”, antecipa Tania.
Brasil
Em nível nacional, os dados do Caged mostram que o Brasil atingiu um saldo positivo de 1,7 milhão de novos postos de trabalho. Deste montante, as micro e pequenas empresas são as responsáveis por um total de 1.222.972 novas vagas, o que significa dizer que sete entre dez empregos gerados no País em 2024 vieram das MPEs. Em relação a 2023, o crescimento de oportunidades entre os pequenos negócios foi de 3,41%.