Anielle, Alckmin e Janja lançam projeto de equidade racial no setor de comércio exterior — Agência Gov

Anielle, Alckmin e Janja lançam projeto de equidade racial no setor de comércio exterior — Agência Gov

Notícia

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, lançou nesta quarta-feira (7/11) o Raízes Comex, programa que busca maior equidade racial no comércio exterior, com cursos de capacitação profissional e apoio a empresas exportadoras lideradas por negros e negras. Além do programa, o MDIC apresentou estudo inédito sobre diversidade de raça no setor.

Programa busca ampliar participação de negros no comércio exterior

Estudo inédito do MDIC revela tamanho da disparidade racial no comércio exterior

Participaram da cerimônia a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; a primeira-dama Janja Silva; e representantes de entidades parceiras no programa, entre eles Floriano Pesaro, diretor de Gestão Corporativa da ApexBrasil, e Márcia Schäffer, coordenadora de Gestão de Conhecimento do Instituto Procomex; além da secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, do secretário de Economia Verde de Descarbonização, Rodrigo Rollemberg, e da secretária de Competitividade e Políticas Regulatórias, Andre Macera.

Em sua fala, Alckmin destacou a importância de haver mais oportunidades para pretos e pardos no comércio exterior, área que “gera emprego, agrega valor e promove o desenvolvimento do país”.

O ministro disse que o governo vai trabalhar “firmemente” por uma “forte presença” de negros em firmas de exportação e importação, e encerrou sua fala com uma citação ao engenheiro e abolicionista André Rebouças (1838-1898).

“O que dizia André Rebouças?”, perguntou Alckmin. “Ele dizia que não se pode compreender o Brasil sem o negro. É ele a base da nossa nacionalidade, a base da nossa cultura e a base da nossa economia”.

Atitudes concretas

Anielle Franco, da Igualdade Racial, ressaltou o quanto políticas públicas afirmativa são necessárias para que populações historicamente excluídas possam tem acessos às melhores oportunidades, lembrando o caso dela própria, que se beneficiou da política de cotas para construir sua carreira acadêmica.

“Então, essa é uma pauta importantíssima, é uma pauta que a gente precisa cada vez mais fortalecer, ampliar”, disse. “É importante permanecermos cada vez mais firmes, confiantes na luta que a gente precisa ter, mas, além disso, também com políticas públicas, com atitudes concretas”.

Na mesma linha, a primeira-dama Janja da Silva sublinhou o papel do Estado na promoção da igualdade. “O que a gente precisa é facilitar caminhos. Quando a gente começa a analisar os dados a gente vê realmente uma realidade mais difícil, e, a partir dela, a gente consegue pensar políticas públicas para que essas dificuldades possam ser sanadas”.

Valorização da diversidade

Já a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, lembrou que empresas desse setor são mais inovadoras, mais resilientes, mais produtivas, remuneram melhor seus funcionários e contratam mão de obra mais qualificada.

“Então, fazer com que a população negra participe dessa atividade que é mais dinâmica no conjunto da economia nacional é algo que nos interessa. Mas também fazer com que as empresas reconheçam e valorizem a diversidade nos seus quadros é importante, inclusive para o posicionamento dos produtos e serviços brasileiros no exterior”.

Floriano Pesaro, da ApexBrasil, saudou a iniciativa como mais uma ação da agência e do governo brasileiro para ampliar a participação de grupos historicamente excluídos.

“A Apex Brasil acredita firmemente que a agenda da diversidade, equidade e inclusão étnico-racial deve ser institucionalizada, garantindo a sua efetiva incorporação no mercado de trabalho e no empreendedorismo brasileiro”.

Pelo instituto Procomex, parceiro nos cursos de capacitação, Márcia Schäffer afirmou que a instituição se sente honrada em participar do programa. “Não basta criar a ponte, tem que apoiar o caminho, para que de fato os jovens se sintam com um sentimento de pertencimento, se sintam valorizados e possam de fato ser capacitados, e exercer os seus sonhos na vida profissional”, disse.