A primeira parte da reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta quinta-feira (18), foi marcada pela aprovação em bloco de 174 novos requerimentos. Também foi marcada pela decisão de que não haverá mais a convocação de ministros para esclarecimentos, e sim convites.
Na convocação, a pessoa é obrigada a comparecer, sob pena de algum tipo de sanção. No convite, não há essa obrigação.
Segundo o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos–MG), a decisão busca equilibrar a relação com as autoridades.
— Na reunião anterior fizemos alguns acordos de procedimentos entre as lideranças do governo e da oposição, para que ministros e ex-ministros sejam chamados como convidados, e não como convocados. Então, por exemplo, o advogado-geral da União [que tem status de ministro], Jorge Messias, e o ex-ministro Bruno Bianco serão convidados, assim como o ministro da CGU [Controladoria-Geral da União], Vinicius Marques de Carvalho, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues — informou Viana.
Requerimentos aprovados
Entre os principais pedidos aprovados nesta quinta-feira está o
Também foi aprovado o
Outro pedido aprovado foi o
Em contrapartida, cinco dos requerimentos que previam a convocação de representantes sindicais, como o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva, e o presidente da Federação Nacional dos Transportadores Ferroviários (FNTF), Francisco Aparecido Felício, não foram apreciados.
Debate sobre prioridades
Antes da votação em bloco dos requerimentos, alguns parlamentares demonstraram preocupação com a organização da pauta. O deputado federal Zé Trovão (PL–SC) alertou para o risco de dispersão.
— Hoje estou muito preocupado. Temos 780 requerimentos já aprovados. Se esta comissão durar dois anos, conseguimos cumprir todos. Mas o prazo é de seis meses. Se a gente seguir nesta locomotiva, pode ser que não consigamos ouvir quem realmente importa para a investigação — declarou.
A senadora Eliziane Gama (PSD–MA) endossou a avaliação.
— Muito embora em geral não concorde muito com o Zé Trovão, nesse caso específico estou concordando. Acho que precisamos direcionar melhor, fazer uma organização interna para priorizar quem tem papel central no esquema de corrupção, e não apenas pessoas que foram engrenagens menores — ponderou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
