R$ 740 MILHÕES
Na cerimônia, a ministra Luciana Santos, anunciou uma série de novas iniciativas. “Juntamos MCTI, Finep, CNPq, Capes, Unicef, Secom e MEC para apresentar um verdadeiro pacote de investimentos e parcerias, que totalizam um aporte de R$ 740 milhões em ações de popularização da ciência”, declarou. O pacote inclui uma chamada pública para ampliar as feiras de ciências e outra voltada às olimpíadas do conhecimento.
“São R$ 20 milhões para espalhar as feiras de ciências em território nacional. Também teremos R$ 20 milhões para as olimpíadas de matemática, astronomia, de ciências e outras áreas do conhecimento”, detalhou. Ela apontou ainda que o Governo Federal pretende aplicar R$ 200 milhões no Programa Mais Ciência na Escola e investir R$ 500 milhões em museus de ciência e cultura, para digitalização de acervos e democratização do acesso dos brasileiros aos bens científicos.
Ensino
O ministro da Educação, Camilo Santana, assinou um acordo de cooperação técnica com a ministra Luciana Santos para a implementação dos programas Mais Ciência na Escola, Pop Ciência, Escola de Tempo Integral, Política de Inovação e Educação Conectada e o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial.
Os ministérios se comprometeram a unificar políticas e ações programáticas para melhorar a qualidade da educação básica e o letramento científico da sociedade, promovendo oportunidades de inclusão para a juventude por meio da ciência e fomentando novos talentos para as carreiras científicas e tecnológicas.
“Estamos promovendo um clube de ciência em laboratórios makers [espaços de prototipagem e inovação, onde jovens podem dar vida às suas ideias e projetos] e fortalecendo o ensino em escola de tempo integral. Essa parceria prevê a criação de duas mil bolsas para professores e 20 mil bolsas para estudantes da educação básica, garantindo que nossos jovens tenham acesso aos recursos necessários para explorar a ciência desde cedo”, compartilhou Camilo Santana.
O ministro também ressaltou que o Governo Federal tem ampliado os investimentos em laboratórios e em iniciativas que utilizem inteligência artificial na educação, com o objetivo de preparar os jovens para o mercado de trabalho, cada vez mais digital e competitivo.
Luciana Santos também assinou, com a chefe de Educação do Unicef Brasil, Mônica Pinto, um memorando de entendimento com o intuito de implementar ações articuladas para a promoção do acesso à ciência como direito das crianças e adolescentes. “A iniciativa é para que os municípios brasileiros possam ter o selo Prefeito Amigo da Criança. Precisamos estimular que os prefeitos sigam esse caminho para, desde cedo, fazer feiras de ciências”, defendeu a ministra.
BIODIVERSIDADE — O tema da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia reflete a urgência em reconhecer, valorizar e proteger a riqueza de biodiversidade nos diversos biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, além do Sistema Costeiro-Marinho – e a riqueza de conhecimentos tradicionais das comunidades que neles habitam. “Essa é uma pauta essencial em um país como o nosso, que precisa usar sua diversidade como força motriz de inovação e sustentabilidade”, comentou Camilo Santana.
TECNOLOGIAS SOCIAIS — A pauta deste ano destaca ainda a importância do papel transformador das tecnologias sociais, desenvolvidas a partir desses saberes e voltadas para soluções sustentáveis e inclusivas, juntamente com a contribuição de projetos inovadores e de iniciativas que fazem parte do sistema de ciência, tecnologia e inovação.
COLABORADORES — Colaboram com o evento as universidades e instituições de pesquisa; escolas públicas e privadas; institutos de ensino tecnológico, centros e museus de C&T; entidades científicas e tecnológicas; fundações de apoio à pesquisa; parques ambientais, unidades de conservação, jardins botânicos e zoológicos; secretarias estaduais e municipais de C&T e de educação; empresas públicas e privadas; meios de comunicação; órgãos governamentais; ONGs e outras entidades da sociedade civil.
DINOSSAURO – Uma das atrações da feira é o fóssil Ubirajara Jubatus, primeiro dinossauro não-aviário com estruturas semelhantes a penas encontrado na América do Sul. Ele havia sido foi levado clandestinamente do Brasil para a Alemanha na década de 1990. Retornou ao Brasil ano passado e está sendo exposto ao público pela primeira vez fora do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, de Santana do Cariri (CE), para onde foi levado quando voltou ao Brasil.
PRODUÇÕES – As 28 unidades vinculadas do MCTI estarão presentes, trazendo produções científicas desenvolvidas pelos pesquisadores. Pelo menos 32 estandes do Circuito DF abrigarão apresentações de ganhadores de Feiras de Ciências dos estudantes do ensino fundamental e médio. A Rede Ciência DF, espalhada por vários pontos do Distrito Federal, completa o conjunto de apresentações do governo distrital.
BIOMAS — Os biomas do Brasil destacam-se pela sua riqueza e diversidade. Cada um abriga uma vasta gama de espécies, muitas delas endêmicas (só ocorrem naquela região). Os biomas desempenham papéis cruciais na regulação do clima, na conservação dos recursos hídricos e na sustentação da viabilidade de atividades agrícolas e extrativas.
ODS – A conservação dos biomas brasileiros é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Eles desempenham papel crucial na mitigação das mudanças climáticas (ODS 13), e na conservação da vida terrestre (ODS 15) e da vida aquática (ODS 14), além de contribuir para a erradicação da fome (ODS 2) por meio da segurança alimentar e para promover saúde e bem-estar (ODS 3) pela manutenção de ecossistemas saudáveis.
SABERES — Referem-se ao conjunto de conhecimentos, práticas, habilidades e crenças desenvolvidos ao longo de gerações pelos povos originários, comunidades indígenas, afrodescendentes, ribeirinhos, rurais, entre outros. Esses conhecimentos estão ligados à história, cultura, identidade e modos de vida dessas comunidades. Eles abrangem uma ampla gama de áreas, incluindo agricultura, medicina, gestão de recursos naturais, arquitetura e estratégias de sobrevivência adaptadas ao bioma no qual vivem.
O QUE É — A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é o principal evento de divulgação científica do Brasil, criado em 2004 por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É realizado anualmente pelo Governo Federal. O evento ocorre em diversas cidades do país, abrangendo todas as cinco regiões, com atividades em locais públicos, escolas, universidades e unidades de pesquisa. A organização também conta com a participação de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa e de entidades ligadas à ciência e tecnologia.