Rainha da Sucata

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Notícia

A novela “Rainha da Sucata”, um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira dos anos 1990, está prestes a voltar às telas. A trama de Silvio de Abreu, que marcou a estreia do autor no horário nobre da Globo, será disponibilizada no Globoplay em outubro de 2024. A volta da novela foi anunciada dentro do “Projeto Resgate” da plataforma, que tem trazido de volta diversos clássicos da TV brasileira, gerando grande expectativa entre os fãs.

O enredo de Rainha da Sucata

A novela gira em torno de Maria do Carmo Pereira, interpretada por Regina Duarte. Ela é uma mulher de origem humilde, filha de um vendedor de ferro-velho, que enriqueceu no ramo da sucata. Após se tornar uma empresária de sucesso, Maria do Carmo tenta se inserir na alta sociedade paulistana, mas encontra resistência por sua origem humilde e seus modos que contrastam com o comportamento das elites tradicionais. Sua principal oponente é Laurinha Figueroa, uma socialite falida e arrogante, vivida por Glória Menezes.

O ponto central da trama é o relacionamento entre Maria do Carmo e Edu Figueroa (Tony Ramos), um aristocrata que perdeu toda sua fortuna. Maria do Carmo, apaixonada por Edu desde a juventude, “compra” o casamento com ele, oferecendo ajuda financeira à sua família em troca da união. Esse arranjo gera inúmeros conflitos, principalmente com Laurinha, madrasta de Edu, que não aceita a ascensão social da “nova rica” Maria do Carmo.

Personagens marcantes

Além do núcleo central da trama, “Rainha da Sucata” se destacou por outros personagens que se tornaram ícones na TV brasileira. Um deles é Dona Armênia, interpretada por Aracy Balabanian. Ela é uma mãe superprotetora de três filhos adultos – Gerson (Gerson Brenner), Geraldo (Marcello Novaes) e Gino (Jandir Ferrari) – a quem se refere carinhosamente como “minhas filhinhas”, por conta de seu sotaque peculiar. Dona Armênia se tornou tão popular que o personagem ganhou destaque em uma novela posterior de Silvio de Abreu, “Deus nos Acuda” (1992).

Outro personagem que cativou o público foi Renato Maia (Daniel Filho), um empresário envolvido com Laurinha. A complexidade dos personagens e suas tramas paralelas contribuíram para o grande sucesso da novela, que mesclava drama e comédia de maneira inovadora para a época.

O impacto cultural de Rainha da Sucata

Quando “Rainha da Sucata” foi ao ar pela primeira vez, em 1990, a novela revolucionou o horário das 20h da Globo, por trazer uma narrativa mais cômica e caricata, algo incomum para a faixa horária, tradicionalmente dedicada a tramas dramáticas. O autor Silvio de Abreu conseguiu balancear momentos de humor com grandes reviravoltas emocionais, cativando o público de maneira única. A novela alcançou altos índices de audiência e solidificou sua posição como um dos maiores sucessos da televisão brasileira.

Além disso, “Rainha da Sucata” foi pioneira ao abordar temas como o “novo rico”, retratando o choque entre diferentes classes sociais em São Paulo. A personagem de Maria do Carmo se tornou um símbolo da ascensão social por meio do trabalho duro, enquanto Laurinha representava a decadência de uma elite que se recusava a aceitar as mudanças no cenário econômico do país.

O retorno ao Globoplay

A volta de “Rainha da Sucata” ao Globoplay é parte de um esforço da plataforma de streaming em resgatar grandes sucessos da teledramaturgia brasileira. Lançado em 2020, o “Projeto Resgate” tem como objetivo trazer de volta novelas clássicas em versões completas, atraindo tanto o público que acompanhou as tramas originalmente quanto as novas gerações.

A novela será disponibilizada na íntegra, incluindo os 179 capítulos que foram exibidos entre abril e outubro de 1990. Essa é uma oportunidade única para quem deseja revisitar o folhetim ou conhecê-lo pela primeira vez. A data de lançamento no Globoplay está marcada para o dia 7 de outubro, gerando grande expectativa entre os fãs e especialistas em TV.

Elenco e produção

“Rainha da Sucata” contou com um elenco estelar, além de Regina Duarte e Glória Menezes. Tony Ramos, Aracy Balabanian, Daniel Filho, Renata Sorrah, Cláudia Raia, Nicette Bruno e Marisa Orth são alguns dos nomes que deram vida aos personagens complexos e carismáticos da trama. A direção ficou por conta de Jorge Fernando, que foi responsável por imprimir um ritmo ágil à novela, misturando drama e comédia com maestria.

O sucesso de “Rainha da Sucata” também se deve à trilha sonora marcante, com músicas que se tornaram hinos da novela, como “Me Chama” de Lobão e “Blowin’ in the Wind” de Bob Dylan, que embalavam momentos decisivos da trama. A música tema da protagonista, “Rainha da Sucata”, composta por Rita Lee, também fez grande sucesso.

Expectativas para o relançamento

O relançamento de “Rainha da Sucata” no Globoplay faz parte de uma estratégia da plataforma de aumentar seu acervo de novelas clássicas, proporcionando uma rica experiência para os fãs de teledramaturgia. Com a retomada da novela, há uma forte expectativa de que o público reencontre a magia das histórias criadas por Silvio de Abreu, ao mesmo tempo em que novos espectadores possam descobrir a novela que marcou época.

O impacto de “Rainha da Sucata” ainda reverbera na cultura popular brasileira, com seus personagens e enredos sendo lembrados com carinho por aqueles que viveram a época de sua exibição original. O Globoplay, ao resgatar esse clássico, reforça seu papel como guardião do legado da televisão brasileira e como uma plataforma que não apenas oferece novos conteúdos, mas também valoriza e preserva a rica história da TV.

O legado de Silvio de Abreu

Silvio de Abreu é um dos mais renomados autores da teledramaturgia brasileira, com uma carreira que inclui sucessos como “Guerra dos Sexos” (1983), “A Próxima Vítima” (1995) e “Belíssima” (2005). “Rainha da Sucata” foi um marco em sua carreira, sendo a primeira novela que escreveu para o horário nobre da Globo. Sua capacidade de misturar humor, drama e crítica social de forma envolvente fez dele um dos autores mais respeitados e amados pelo público.

Com o relançamento de “Rainha da Sucata”, o legado de Silvio de Abreu é reforçado, e sua importância para a TV brasileira se mantém viva, conquistando tanto os antigos quanto os novos fãs da teledramaturgia.