Criado para unir sustentabilidade e solidariedade, o Projeto Tampinha Paraná agora vai agregar também a arte e cultura. Integrantes da Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná (APAP) vão contribuir com o Programa através da criação de obras usando as tampinhas. Essas criações individuais serão fotografadas criando gravuras assinadas, que poderão ser trocadas por lotes de tampinhas plásticas. Mais uma forma de estimular a doação, que tem ajudado várias entidades carentes.
“A ideia de somar forças ao programa surgiu através da arte. Sempre que a arte e a cultura agregam a um produto, ele ganha valor e engajamento”, disse o diretor do Museu Casa Alfredo Andersen (MCAA), Luiz Gustavo Vidal Pinto, que também preside a Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná (APAP).
A iniciativa foi tratada em uma reunião na Assembleia Legislativa do Paraná, nesta quinta-feira (13). E contou com a presenta de artistas interessados em contribuir com o Projeto Tampinha Paraná, que recentemente ganhou a adesão do MCAA, da Secretaria de Cultura do Paraná.
Vidal Pinto explicou que o encontro foi muito importante para eles poderem formatar o que vem pela frente. “É o engajamento dos artistas em busca de tornar esse projeto Tampinha Paraná ainda mais rico, trazendo mais comprometimento e arte. Porque a arte, quando ela vem junto num projeto, ela transversaliza também todas as áreas, não só a cultura. É um modo de enriquecer e fazer com que a população também consuma arte e contribua com o social, uma vez que tampinhas plásticas serão usadas nas artes e trocadas também por gravuras”, explicou Vidal.
Vice-presidente e diretora cultural da APAP, Sabine Feres, achou ótima a iniciativa. “Nós temos seis núcleos na associação. Um deles é o de mosaico e os artistas já têm a possibilidade mais dirigida de trabalhar com isso. Mas vai ser aberto a todos os artistas associados abrindo várias possibilidades”, disse. “Muito interessante esse projeto, trazendo a questão da sustentabilidade que é super importante”, completou.
Presença ilustre no encontro, Sandra Brecheret, achou o projeto ideal. “É um projeto que reúne vários setores, inclusive de uma forma até simples, não complicada e o pessoal vai colaborar. É um projeto que merece atenção de todos os setores da sociedade e eu solicito que participem”, convocou. Sandra é filha do artista Vittorio Brecheret, escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes do Brasil e responsável pela introdução do modernismo na cultura e escultura brasileira. Ela também preside a Fundação Escultor Victor Brecheret, de São Paulo.
Inclusão, arte e solidariedade
Professor e artista visual, Nilson Sampaio, trabalha com inclusão através da arte e acredita ser uma ótima oportunidade para incluir seus alunos na atividade. “Quando me falaram dessa iniciativa, na hora pensei em incluir meus alunos, pois é uma ideia que tem muito potencial”.
“Nós temos aqui um universo de possibilidades para unir a sustentabilidade, a solidariedade e a arte. O Tampinha Paraná é a junção da beleza, da solidariedade, da cultura e da arte e cada vez estão chegando mais ideias, mais oportunidades e agora temos os artistas colaborando com esse grande projeto”, disse a presidente do Conselho de Ações Solidárias e Voluntariado da Assembleia Legislativa do Paraná, Rose Traiano.
“Nós temos a adesão da nossa secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande, do Museu Alfredo Andersen e agora dos artistas. Eles têm o conhecimento, as possibilidades e a viabilidade. A sociedade como um todo vai ganhar, em arte, em beleza. Estamos muito felizes com a adesão deles e com o crescimento do Tampinha Paraná”, completou.
Também participaram da reunião os artistas Marcelo Conrado, Denise Raasch, Osmar Carboni, Carlos Helenio, Sibele Ribas vendramel e Mario Vendramel Junior.
É lei no Paraná
A campanha de arrecadação de tampinha plásticas foi lançada no ano passado com o objetivo de incentivar instituições, legislativos municipais, associações de classe, entre outros a arrecadarem tampinhas plásticas para serem destinadas às entidades assistenciais. De lá para cá foram inúmeras arrecadações, adesões e doações, tanto que a campanha ganhou corpo e virou lei estadual.
A legislação (Lei nº 21.697/2023), dos deputados Ademar Traiano (PSD), Alexandre Curi (PSD) e deputada Maria Victoria (PP), foi idealizada pelo Conselho de Ações Solidárias e Voluntariado da Assembleia e visa unir esforços de entidades públicas e privadas para promover a cultura de sustentabilidade ambiental e também de proteção às pessoas vulneráveis. As tampinhas depois de arrecadadas são comercializadas com empresas especializadas em reciclagem e o material coletado se torna recurso financeiro destinado às entidades.
O que descartar
Além de tampinhas de garrafa pet também podem ser doados outros tipos de tampas plásticas como as usadas na cozinha (margarina, manteiga, requeijão, achocolatado, maionese, ketchup, temperos, leite, leite em pó); na área de serviço (amaciante, sabão líquido, água sanitária, álcool, desinfetante, limpa odores em geral, lustra móveis, detergente); em produtos de higiene (shampoo, condicionador, cremes de tratamento, hidratante, creme dental, acetona, sabonete líquido) e outros como de lenço umedecido, talco, pomadas, remédios, caneta e canetinhas. Na Assembleia, há coletores de arrecadação espalhados para que funcionários e colaboradores possam fazer as doações.